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terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Entrevista com Silvio.

Em entrevista realizada pelo nosso repórter capturador “Ricardo”, o engraxate ambulante “Silvio César Mildemberg”, conta com bom humor alguns fatos e também intimidades da sua vida. Silvio tem 29 anos, reside no Bairro Moradias Rio Pequeno na Cidade de São José dos Pinhais no Paraná. Ainda menino Silvio veio de Umuarama junto com a sua mãe e sua irmã em busca de uma vida melhor.

Ricardo: Que time você torce?
Silvio: Atlético Paranaense
Ricardo: Uma mulher?
Silvio: Gisele Bunchen. “Gostosa!”
Ricardo: Qual a coisa mais legal que aconteceu na sua vida?
Silvio: Foi trabalhar na Ecosystem. Eu trabalhava de gari para a prefeitura de São José.
Ricardo: Por que saiu de lá ?
Silvio: Era muita discriminação. Me deram o apelido de “Gardenal"
Ricardo: Nas últimas eleições votou em quem?
Silvio: Setim (deputado federal PFL – Luiz Carlos Setim)
Karam (deputado estadual PMDB)
Grace (senadora PT)
Requião (Governador PMDB)
Lula (Presidente PT)
Ricardo: Você recebe o “Bolsa Família”?
Silvio: Não.
Ricardo: Sua mãe o que faz?
Silvio: Trabalha de zeladora no colégio opção.
Ricardo (Sério, meus filhos estudam lá.)Ricardo: Tem algum vício?
Silvio: Eu fumo. Cigarro, só esse.
Ricardo: Usa drogas?
Silvio: Não, só fumo mesmo.
Ricardo: Bebe?
Silvio: Não, não bebo.
Ricardo: Qual seu programa favorito de TV?
Silvio: Domingo Legal, por causa das meninas né. Chaves, também vejo Chaves.
Willie: Putz, adoro chaves. Eu assisto Chaves, sério.
Ricardo: O que você come normalmente ?
Silvio: Miojo, Arroz, feijão e carne.
Ricardo: Onde?
Silvio: Em casa.
Ricardo: Qual o último filme que assistiu ?
Silvio: Anjos da Noite, Evolution.
Ricardo: Você tem raiva de quem, do quê?
Silvio: Da violência contra a pessoa. Contra a criança, o pobre, o desempregado.
Ricardo: O que acha da polícia ?
Silvio: É legal pra São José.
Ricardo: Mas o que você acha da polícia? Já levou "borracha" da polícia?
Silvio: Já levei sim, uma vez.
Ricardo: Como foi que aconteceu ?
Silvio: Eu vim trocar um liquidificador que minha mãe comprou. Aí demorei para voltar. Eles me pararam, perguntaram se eu tinha droga, que iam me matar no pipoco. Acharam uns DVD´s piratas que eu ganhei. Me deram um chute nas costas. Jogaram minha bicicleta num barranco de barro.
Ricardo: Você sente raiva deles ?
Silvio: Sinto, pouca.
Ricardo: Mas pouca ?
Silvio: É, pouca.
Ricardo: Por que eles fizeram isso?
Silvio: É a lei. O serviço deles. Eles fazem o trabalho deles.
Ricardo: Você acha que eles precisavam te bater? Não bastava te revistar?
Silvio: É...
Ricardo: Foi só essa vez que a polícia te abordou?
Silvio: Teve uma vez, aqui na rua XV que eu tava andando com uns piá. E eles pediram para eu abrir as pernas, eu não abri. Levei um soco no...
Ricardo: Onde?
Silvio: Hehehe, no saco.
Ricardo: Por que você não abriu as pernas?
Silvio: Ah eu não tinha nada. Queria ir pra casa. Outro dia eu perdi o ônibus e tava indo a pé para casa. Arrebentou minha correntinha.
Ricardo: Ele ficou com tua correntinha?
Silvio: Arrebentou.
Ricardo: Mas ficou com ele ?
Silvio: Jogou fora.
Ricardo: Você acredita em Deus ?
Silvio: Acredito. E tenho muita fé. Sou católico.
Ricardo: Você vai na igreja?
Silvio: Não, não vou.
Ricardo: Qual o teu maior sonho?
Silvio: Melhorar a vida. De todo mundo. Pelo menos dos meu amigos.
Ricardo: Como é Deus pra você?
Silvio: É um homem muito bom.
Ricardo: Já foi há alguma igreja?
Silvio: Já, mas era a Assembléia de Deus.
Ricardo: E o que tinha lá?
Silvio: Oração.
Ricardo: Mas por que não foi mais?
Silvio: Ah, uns crente ficaram rindo de mim.
Ricardo: Quanto você cobraria por essa entrevista se não fosse para nós?
Silvio: Mil reais.
Willie: Mil????
Silvio: Ah, é. Já dava para eu pagar minhas contas. Saia do SEPROC.
Ricardo: Você está no SEPROC?
Silvio: Tô.
Ricardo: Mas pelo quê?
Silvio: Um pessoal que vende cesta básica de Kombi. Mas se não pagar no dia. Eles cobram certinho.
Ricardo: Só isso?
Silvio: Telefone. Mandei colocar o telefone.
Ricardo: Qual a companhia?
Silvio: Brasil Telecom.
Ricardo: Você passa fome?
Silvio: As vezes.
Ricardo: O que você sente quando está com fome?
Silvio: Fraqueza.
Ricardo: Você fica nervoso com as pessoas ?
Silvio: Ah, fico estressado.
Ricardo: Qual o problema do mundo?
Silvio: Corrupção. Tem gente que nem precisa e fica recebendo o bolsa família. Não é certo né?
Ricardo: Quem são os corruptos?
Silvio: Os grandes, lá do...Palácio.
Ricardo: E teu pai ? Onde ele está ?
Silvio: Não tenho pai. Não queria ter nem conhecido. Ele não existe pra mim.
Ricardo: E tua mãe?
Silvio: Minha mãe me deu de melhor. Minha mãe é maravilhosa. Bom coração. Mas também não pode irritar ela... “risos”.
Willie: Ela briga com você?
Silvio: A cinta canta em casa? A cinta. Canta o rodo.
Willie: O rodo?
Silvio: Nossa, voa tudo.
Ricardo: Por que ela briga com você?
Silvio: “risos”... Porco, eu sou meio porco...risos...Não vai por isso aí heim.
Ricardo: Não esquenta. Quer que eu tire?
Silvio: Ah...Nem. Às vezes eu sujo, aí ela fica braba. Ele é arrumada, gosta das coisas dela arrumada.
Ricardo: Você mora só com sua mãe?
Silvio: Só.
Ricardo: E a sua irmã, não mora mais com você?
Silvio: Não.
Ricardo: O que ela está fazendo?
Silvio: Ela trabalha na 'Especialista.
Ricardo: Na ótica? Do lado do Galeão?
Silvio: Não. Aquela perto do Aqui Agora.
Ricardo: Quem você admira?
Silvio: Paulo Coelho...
Ricardo: Você já leu algum livro dele?
Silvio: Não...mas... O Chico Xavier, Sid Moreira e o Silvio Santos.
Ricardo: Já leu algum livro?
Silvio: Li sim... Não lembro o nome. Comédia.
Ricardo: Já leu algum outro fora esse?
Silvio: Gibi, eu li gibi.
Ricardo: Qual gibi que você leu?
Silvio: Da Mônica, do Cebolinha... De heróis.
Ricardo: Quais heróis?
Silvio: Homem-Aranha, Mulher Maravilha, “maravilhosa”..., X-Men.
Ricardo: Você Estudou?
Silvio: Até a quarta série, aqui.
Ricardo: O que você achou da Copa?
Silvio: O Brasil foi uma merda.
Ricardo: Além do Brasil, para quem mais você torceu?
Silvio: Japão. Meu pai é japonês e minha mãe alemã.
“Não mandei minha sogra para o inferno por que tenho pena do diabo."
"Não tenho tudo que quero, mas gosto de tudo que tenho."
Ricardo: Quando foi sua primeira vez?
Silvio: Primeira vez do que?
Ricardo: Sexo?
Silvio: Esqueci... Foi bom. Foi num prédio abandonado (Associação Comercial). Nice, filha da dona da casa que minha mãe alugava... Ela era maluca... Foi pro vinagre.
Ricardo: Já teve namorada ?
Silvio: Já...ehh.
Ricardo: E você gostava dela?
Silvio: Acho que gosto até hoje.
Ricardo: Quanto tempo namorou com ela?
Silvio: 3 meses.
Ricardo: Por que terminou com a última namorada?
Silvio: Fofoca das amigas... Ela era puta...Minha mãe não gostava...
Ricardo: Como foi sua primeira vez com ela?
Silvio: Foi com camisinha...Quando vi que ela era de confiança não usei mais.
Ricardo: Como era o nome dela?
Silvio: Ju.
Ricardo: Quantos anos ela tinha?
Silvio: Era nova, mais ou menos 22 anos.
Ricardo: Qual seu sonho, o que você queria ser ?
Silvio: Eu queria ser DJ. DJ Mugo.
Ricardo: Quais são seus amigos?
Silvio: Rafael, Luciano, Ricardo (eu), Willie.
Ricardo: Quais as bandas que você gosta?
Silvio: Linkin Park, Evanescence...
Ricardo: Mas qual o seu maior sonho ?
Silvio: Ser alguém.
Ricardo: Mas o que é ser alguém?
Silvio: Ah... Poder sustentar minha família. Não quero ser pobre.
Ricardo: Quanto você consegue ganhar por dia?
Silvio: R$10,00, R$20,00... Tem dia que não dá nada.
Ricardo: Quanto você conseguiu no máximo?
Silvio: R$30,00. Vai dar sucesso...(risos).
Ricardo: O quê?
Silvio: A entrevista. Vai ter um monte de gatinha atrás de mim.
Ah se eu tivesse telefone...
Ricardo: Você já comeu no Mc´Donalds?
Silvio: Não! (risos).
Ricardo: E você acha que é bom?
Silvio: É. (risos).
Ricardo: Qual o lugar que você mais tem vontade de almoçar?
Silvio: Ahhh! No Anjo Dourado.
Ricardo: Entre a Napolitana e a Anjo Dourado qual você prefere?
Silvio: Anjo Dourado. (Fazendo um anjo com as mãos).
“- Garçom, um coraçãozinho...” (risos).
Ricardo: Quando você nasceu?
Silvio: 26/01/1977.
Ricardo: Qual o presente você gostaria de ganhar de Natal?
Silvio: Uma Biz... Ou um Play Station...
Ricardo: O que você mais gosta de jogar?
Silvio: Jogo de carro de corrida.
"Eu não sou dono do mundo, mas sou filho do dono. Meu belo pai, Deus."
Ricardo: E agora para onde você vai?
Silvio: Vou arranjar mais um troco.
Ricardo: Onde?
Silvio: No Bicudo...No japonês...No Hulk...

Capturador: Ricardo
Amigo do Capturador: Willie
Capturado: Silvio

Lendo e Sobrevivendo.

Não importa quem lê, não importa o quê está lendo, o importante é ler.

Coisa: Homem lendo.
Capturador: Fábio José de Sousa.



Forte menino.

Ledo engano
Sobreveio a noite
Com seu manto inspirador

Já exaurido
Pelo dia, ferido
Em seu pretume, sentiu dor

Pobre e fraco menino
Que logo cedo já labuta
Na esperança paciente
De que ao cair o sol
Já com o corpo dormente
Encontraria seu repouso.

Mas a escuridão é ciumenta
Queria (também) seu suor
Traía-o em seu desejo
Sua última esperança
Deu-lhe sono perturbador

Aterrorizado e assustado
Com as lembranças do dia
Que estiavam seu corpo
Já quase morto, implorava angustiado

Levantou-se o pobre menino
Sozinho na leve claridade
Com aquela idade
Sentindo o gosto seco do ar
Vestiu seus trapos (roupas)
E foi trabalhar

Coisa: "Forte Menino".
Poeta: Bardo

Sem "nome".

Descobri alguns segredos do tempo
Talvez por isso ele me odeie tanto
Faz ele, estar eu adiantado ou atrasado
Sempre no local certo, mas na hora errada
Faz ele, e não é aberto ao debate
Ele talvez seja deus, ou deus seja ele
De alguma forma sinto que não gosta de mim
Em vez de logo arrancar-me tudo
Fazer-me logo miserável.
Faz ele chacota
Deixa-me no nada, tudo
Para que eu e não ele seja injusto
Para que outros me gritem: - Maldito!
Apenas sigo esperando, dando algumas braçadas
Como se pudesse tomar meu destino
Ingênuo nadador, no meio de um oceano
Sem ilhas, nem navios.
Apenas destroços
Eu, a Lua, as estrelas e ele a rir

Coisa: Sem "nome"
Poeta: Bardo

Quase Herói.

Dias e dias ele deixava-se acompanhar com o olhar aquelas pessoas que iam e vinham como se fosse um formigueiro.
Ele observava, todos os dias elas estavam lá. No seu olhar curioso e atento não havia rostos, muito menos nomes. As cores também sempre se misturavam; verdes, azuis, amarelos, marrons, vermelhos e outras cores que se misturavam todos os dias e que sumiam todas as noites. Nada mudava, tudo se repetia, rostos, cores e o "zum zum zum" que ele ouvia e nada entendia. Ali recolhendo moedinhas com suas mãos esticadas comprava o pão e a sua cachaça, era o único que ali permanecia. Dormia embaixo da marquise, protegido por caixas de papelão. Uma coisa ele não tirava da cabeça, ficava horas pensando pra onde iam aquelas cores e aqueles rostos. Onde se esconderiam?
Um dia reduziu seu pão e comprou mais cachaça, não por vício, mas por necessidade, pois o frio era intenso e outra maneira não havia para se aquecer. Durante a noite fez uma grande descoberta, viu que todas aquelas pessoas entravam em grandes buracos e se escondiam ao anoitecer por medo do escuro. Na noite da descoberta ele se sentiu o homem mais corajoso que existia. Só ele, feliz e um quase herói.
Escrito por Laura Martins.

mais um ou um mais

Serei mais um ou um mais...
São as respostas estatísticas possíveis...rs
As vezes sou chato demais, me embriago nessa chatice dos detalhes linguísticos...
As vezes (muitas vezes) apenas tento, porque meu estado, no pior, não se alterará...
Olho coisas que não existem, mas que sinto saudades do não vivido...
É possível sentir saudades do futuro ?
Bom, pelo menos, se sabe, é possível sentir...
E novamente me perco tentando...
Alguns julgam-me louco por tal esforço.
Ao contrário me é prazer...
Precisamos jogar algo fora todos os dias...
Abandono essas palavras aqui...

Coisa: Poesia
Poeta: Bardo

Obras

Obra aberta
Obra capital
Obra-prima
Obra de acidência
Obra-de-bico
Obra de arte
Obra de carregação
Obra de fancaria
Obra de consulta
Obra de referência
Obra de empreitada
Obra de fachada
Obra de fôlego
Obra de misericórdia
Obra de Penélope
Obra de referência
Obra de consulta
Obra de Santa Engrácia
Obra de talha
Obra de um instante
Obra do Capeta
Obra grossa
Obra intelectual
Obra póstuma















Coisa: Obras
Texto: Rodrigo Otavio B. de Sousa
Capturador: Rodrigo Otavio B. de Sousa

Coisas de um Capturador.


Esse é meu carro. Não preciso de gasolina para andar, o combustível é alguma coisa pra comer e a minha grande esperança de encontrar algo diferente. Eu gosto do que faço, quero achar um rádio pra colocar no meu carrinho, trabalhar com música sempre é bom pra alegrar. Um dia encontrei um abajur muito doido, parecia estar estragado, levei pra casa e arrumei, ficou bom no meu quarto. Lá em casa eu tenho várias coisas que peguei por aí, mas não guardo lixo em casa não, eu só pego coisa que eu acho que dá pra consertar e usar, ou dar de presente, eu adoro dar presente. Já encontrei aliança de gente brigada, já encontrei carta de amor, carta de pedido de perdão, carta de saudades, dá pra montar um livro. Quando chega a noite eu pego todas essas cartas que eu encontro por aí e fico lendo até chegar o sono, nas cartas eu vejo como existe gente com problemas e que estão precisando de ajuda.
Texto escrito por Paulinho do Borel.

"Dormindo no 1º mundo"

Tubo de ônibus do 1º Mundo e cidadão sem mundo.

Coisa: Cidadão dorme em Curitiba.
Capturador: Fábio José de Sousa.

Churrasquinho gelado.

No país dos banguelas a nova moda é churrasco de gelo. Pessoas que já foram de várias tribos e até agora não conseguiram ficar mais de seis meses em uma delas, marcam grande presença no novo estabelecimento. Um novo adepto diz que é uma maneira de se livrar dos conceitos estabelecidos pelo sistema, e que agora só come churrasco de gelo.

Coisa: Churrasco de gelo.
Capturador: Fábio José de Sousa.


Presídio do Parque Iguaçu no estado do Paraná.

Arara presa na cadeia de animais por causar a inveja em seres humanos que não sabiam voar.

Coisa: Arara .
Capturador: Fábio Sousa

SEMANA 1

Há quem diga que na vida tudo se aproveita, mesmo aqui nesse mundo protegido do mundo lá de fora, enquanto o mundo lá de fora é protegido das pessoas que estão aqui. Mesmo nesse ambiente obscuro para tantas pessoas, podemos aproveitar, observar, rir e aprender. Se realmente estivermos dispostos a observar e tirarmos proveito desse momento (ambiente), podemos até nos divertir. Boas risadas aqui não faltam, são tantos tipos, tão ricos, juntos num mesmo espaço. Essa mistura toda acaba se transformando numa grande e gostosa comédia.

Esses formam o grupo dos suicidas.

Tem uns que vivem pedindo para medir a pressão com medo de ter um troço e morrer de uma hora pra outra. Isso é compreensível? E para morrer precisa ter hora marcada? Tem a moça que vive dando gargalhadas por qualquer motivo, ou até sem motivo, mas que ao sair de licença passa dois dias em casa chorando.

-Psiu! Esse é o modo de começar uma conversa. Isso mesmo, falar bem baixinho, esconder tudo embaixo do lençol. Trocar as palavras como se fossem códigos.
- Na hora do almoço diga que vai jantar, para despistar "eles".
Ah! Meu Deus, passou um dia inteirinho caminhando pelos corredores a chamar por esse nome: - Napoleão! Napoleão!
Aos 50 anos.
- Sou uma pessoa muito pudica. Só me consulto com ginecologista mulher, até o Dr. Fulano, quando eu tive hemorróidas foi muito respeitoso.
- Eu só tive intimidade com um homem quando eu tinha 26 anos. (Choro compulsivo)
- Mas eu ainda vou casar. Ao entrar uma paciente nova, uma paciente distraída diz:
- Coitada da moça, o que será que ela tem? Alguns olhares se cruzam, ninguém fala nada... - Se Deus existe ele colocou aquela imbecil aqui para me ensinar duas coisas: 1º Têm pessoas que desejam ser insuportáveis. 2º Eu tenho o direito de não suportar certas pessoas.
Paciente nova invade, durante a madrugada o quarto de dois outros pacientes que estavam dormindo. Depois de devorar três pratos fartos de repolho, o rapazinho foi descansar um pouco. Foram tantos os alívios de seus gases ali dentro, mas logo entra a enfermeira e reclama do mal cheiro no quarto. Muito esperto, na hora do aperto, saía para o corredor e se aproximava de alguém para aliviar-se disfarçadamente, deixando assim a culpa e o constrangimento por conta de quem fosse... "Pum no quarto e depois no corredor".

Texto escrito por Laura Martins

Marketing suburbano.

Dizem as boas línguas que grandes empresas de materiais esportivos começaram a investir em um novo tipo de marketing. Trata-se do "Marketing Suburbano", o investimento é pequeno comparado aos milionários contratos com jogadores de futebol em comerciais televisivos. O "Suburban marketing" chega a custar R$1,00, uma coxinha e um tênis velho. Esse é o preço que alguns meninos cobram para lançarem um par de tênis velho nos fios dos postes da cidade. Essa nova moda até agora só está sendo testada no país dos banguelas, onde já se praticava esse tipo de arremesso e a cultura do país está mais habituada.

Coisa: Marketing suburbano.
Capturador: Fábio José de Sousa.

Prisão Residencial II.

Estamos presos. A violência e a impunidade criaram o medo, o qual nos capturou em grades bonitas. -No país dos banguelas pinto a minha grade todo ano, ela fica bonita e meu vizinho sente inveja. Isso é o que mais importa, não tenho dentes, tenho medo, mas minha prisão causa inveja.

Coisa: Cárcere privado.
Capturador: Fábio José de Sousa.

Viciada e Prostituída.

-O que aconteceu com ela?
-Essas menina são tudo assim, se vende para comprar droga, ela tava aí jogada na rua, aí agente puxou ela pra sombra, aqui no posto. Ela tava cozinhando ali no sol.

Coisa: Menina dormindo. Pacajús - Ceará
Capturador: Fábio José de Sousa

Capturador de devotos.

Coisa: Capturador de devotos.
Capturador: Fábio José de Sousa.

Desperdício é uma coisa, se não fosse coisa, não existia.

Esta torneira não foi fechada corretamente pelo excelentíssimo ministro do meio ambiente do País dos banguelas. Que saudades tenho desse país, onde nunca capturei um dente se quer.


Coisa: Desperdício.
Capturador: Fábio José de Sousa.

Capturador de pessoas.

Quando ele é o único meio de transporte, ser capturado é uma honra.

Coisa: Pau-de-árara em Acarape, Ceará.
Capturador: Fábio José de Sousa.

"Família informal"

Entre tantas promessas a realidade se destaca de forma silenciosa, não é preciso falar nada, apenas admirar a família reunida.

Coisa: Família Informal
Capturador: Fábio José de Sousa