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terça-feira, 17 de abril de 2007

Sombras de um bosque.

Afasto-me para as sombras
Fujo deste calor fulminante
Se entro no bosque é para me perder
Preciso sentar sozinho
Junto às aranhas e insetos
Junto aos restos podres das folhas ao chão
Nesta umidade, nestas sombras, descanso
Deixo-me discursar às ervas e musgos
Palavras impronunciáveis, discurso maldito
Aqui sozinho não sou alimento de ninguém
Não me escutam baratas nem aranhas
Não ecoam meus gritos
Aqui aprendo a me calar, escutar o silêncio
É um lugar triste, sei bem
Nem sempre venho a esse tronco
Nessa sombra, nesse bosque
Mas ainda preciso vir, gritar
Enquanto ouço gritos
Bardo.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Crise capturada.

Estou em crise, tento mostrar o outro lado da vida “triste”, mas as capturas me dizem que não estou conseguindo. Tive a intenção de mostrar que o padrão de vida, beleza, conquista, derrota, tristeza e felicidade que estão estampados diariamente nos meios de comunicação estão errados, ou no mínimo em dúvida. Fui petulante em achar que poderia, não consegui fazer isso e acabei me tornando um explorador de imagens tristes, pois eu já fui doutrinado com o certo e o errado imposto pelo mundo. Confesso que fico contente quando encontro pessoas em situações desumanas com um sorriso no rosto, isso me conforta e tira um peso das minhas costas. Minha decepção é que essa busca da felicidade na vida “triste”, só me mostrou que é quase impossível de existir, e que algumas capturas como esta que acompanha o texto traz a tristeza mais próxima de mim e me mostra que sou um idiota quando reclamo de algum problema. Vou continuar por teimosia. Vai que eu esteja totalmente errado no que acabei de escrever.

Coisa: Senhora pensando em alguma coisa.
Capturador: Fábio José de Sousa.
Texto: Fábio José de Sousa.